A história de Israel é incrível. O amor
de Deus pelo povo da aliança é algo que não encontra paralelo na
imaginação ou literatura mundial. Um Deus que escolheu um homem, Abraão,
e fez dele uma grande nação. É sempre oportuno lembrar que Abraão não
podia ter filhos com sua esposa Sara. Para que o “filho da promessa”
nascesse, era necessário um milagre do Senhor. E o milagre se chamou Isaque. Dele descendeu Jacó, cujo nome foi mudado para Israel. E deste descenderam as doze tribos de Israel.
Apesar de tantos sinais dados por Deus
de Seu amor, cuidado e livramento, o povo de Israel sempre desconfiou de
seu Deus. Nesta desconfiança, correu atrás de outros deuses que lhes
pudessem conceder filhos, colheitas e vitórias militares.
Por causa disso, criaram uma separação
entre eles e seu Deus (como profetizou Isaías), o que fez com o que
reino do norte acabasse sendo levado pelos assírios e o reino do sul
levado pelos babilônicos. Eles sofreram longe de sua terra e longe da
paz que desfrutavam debaixo da proteção de Deus. Agora, estavam
entregues às consequências de seus pecados.
Contudo, Deus não deixaria de ser fiel ao povo de Sua aliança. Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo (2Tm 2:13). E, como profetizado por Jeremias (Jr 29.10), depois de 70 anos, Deus os trouxe de volta à sua terra e à sua vida!
O livro de Esdras nos conta deste
período da história de Israel, o momento do retorno àquilo que os judeus
consideravam sua vida. A história narrada neste pequeno livro é uma das
mais queridas pelo povo de Israel. O livro assim se divide:
- Soberanamente, Deus conduz o Império Persa em sua vitória sobre o Império Babilônico;
- Soberanamente, Deus move o coração dos reis e governadores de todo o Império Persa a fim de que estes concedessem aos judeus todas as condições de retornarem à sua terra e reconstruírem sua vida social e religiosa;
- Esdras nomeia as famílias dos que primeiro voltaram da Babilônia;
- Em sua chegada, eles começam a reedificar os lugares sagrados, onde podiam se encontrar com Deus e ter comunhão com Ele;
- A partir do capítulo sete, Esdras fala de um segundo grupo que voltou da Babilônia. Ele estava neste segundo grupo;
- Um tempo após chegarem, descobriu que o povo mantinha-se com os mesmos pecados que fizeram com que a nação sofresse por setenta anos no cativeiro. Esdras se desespera e ora a Deus por misericórdia;
- O livro termina com o povo se arrependendo de seu pecado e se comprometendo em corrigir os erros passados.
Pois bem, quais foram estes pecados? No
capítulo 9, Esdras nos conta que os príncipes vieram a ele e lhe
contaram que muitos em Israel haviam se casado com mulheres que não
temiam a Deus. Muitas mulheres haviam se casado com homens sem nenhum
temor ou compromisso com Deus. E a união entre alguém que teme a Deus e alguém que não teme sempre foi condenada pelas Escrituras.
Por causa deste pecado, Esdras chora em
alta voz, fazendo com que muitos homens e crianças se reunissem ao seu
redor. Foi Secanias que rompeu o choro do escriba Esdras. E suas
palavras foram um desafio para o povo: nos arrependamos e despeçamos
nossas esposas e maridos com todos os seus pecados, vícios e idolatrias.
Se isso lhe parece pesado, talvez seja por que você não entendeu ainda o quanto o pecado,
seja ele qual for, é pesado aos olhos de Deus. Deixar seus cônjuges
aqui não significou um simples divórcio coletivo, mas um reconhecimento
de que eles nunca deveriam ter desobedecido às Palavras do Senhor. De
que eles estavam dispostos a fazer qualquer coisa para repararem este
terrível mal. Veja que, em nenhum lugar da Bíblia somos incentivados ao
divórcio. Deus odeia o divórcio, como Ele odeia o
namoro/noivado/casamento entre seus filhos e pessoas que não o temem,
amam e servem.
Isso não é para quem é forte o
suficiente para fazê-lo. Isso é para quem O ama mais do que tudo neste
planeta. Só pessoas arrependidas são capazes de abandonar seu pecado,
não importando as consequências que isso traga.
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